De mãos cheias eu parti, mas de mãos vazias o Senhor me trouxe de volta (Rute 1.21).
Israel entrou num tempo de crise. E um homem chamado Elimeleque decidiu mudar-se com sua família para um lugar chamado Moabe. A idéia era esperar a fase difícil passar para depois retornar.
Percebo que, em verdade, Elimeleque quis fugir do problema. Não quis enfrentar a situação de crise. Repito sempre que, “Nós somos o resultado das nossas escolhas. Elas definem quem nós somos e em quem nos tornaremos”.
O fato de não se encarar o problema ou dele se fugir, não o fará desaparecer. É provado que, tentando isso, o problema pode nos acompanhar e até se agravar.
Definitivamente, você precisa entender que a solução não vem mudando-se de casa, de cidade, estado ou país. A questão não é o lugar, mas sim, a nossa forma de conduzir a vida e como nos relacionamos com Deus.
Elimeleque achou que sairia do problema e tudo daria certo; no entretanto, ele e os filhos morreram ficando apenas a esposa e as duas noras.
Boaz, parente de Elimeleque, teve atitude dife-rente: decidiu ficar em Israel, passar pelo processo difícil e usar a inteligência pensando - eu acredito – da seguinte forma: “Se eu não vencer na minha terra com o meu Deus, muito menos numa terra estranha”.
Era um homem rico e influente, pertencia ao clã de Elimeleque e se chamava Boaz (Rute 2.1). A atitude de Boaz trouxe resultados muito diferentes dos resultados que a a-titude de Elimeleque trouxe para ele, como morte, perdas, sofrimento para ele e toda a família. Boaz ficou rico e influente.
Elimeleque e Boaz foram dois homens que conheciam, invocavam o Deus vivo e manifestavam uma fé. Claramente vemos porém, que Elimeleque manifestou uma fé religiosa e emocional, porque no momento difícil, ao invés de confiar em Deus e perseverar, saiu em fuga. Entretanto, Boaz manifestou uma fé viva, perseverante, foi determinado, encarou o problema, sobreviveu e foi imensamente abençoado.
Elimeleque não arruinou somente a vida dele, mas também a de toda a família.
Infelizmente, muitas pessoas agem da mesma forma que Elimeleque agiu: vivem fugindo e são inconstantes. Outras, guiadas por “Elimeleques”, estão sofrendo.
Noemi, esposa de Elimeleque, revoltada e amargurada com todas as perdas, responsabilizou Deus pela ruína de sua vida. Em verdade, Deus nada tem a ver com isso. Ela estava colhendo o resultado das escolhas que havia feito. É muito comum pessoas na situação de Noemi. Não assumem a responsabilidade de suas decisões, plantam atitudes precipitadas e depois ficam revoltadas com a colheita.
Quando partiram para Moabe, enxergaram somente dificuldades em Israel.
Não conseguiram enxergar que estavam abençoados.
Ela mesma disse que, De mãos cheias eu parti, de mãos vazias eu retornei.
Sairam do propósito, pois, poderiam ter encarado a situação, como Boaz e outros encararam.
Deviam ter confiado em Deus. Teriam vencido.
Digo com firmeza: “Se eu não vencer com Deus, sem Deus é que não vencerei mesmo!”.
Muitos só veem o quanto estavam sendo abençoados quando saem de baixo da proteção de Deus. Poder-se-á perguntar: “Por que Deus não os impediu de fugir?”.
Deus nos deu a liberdade de escolha. O Senhor é claro ao nos dizer que todas as coisas nos são permitidas e que nós é que devemos saber as que nos convém. Temos liberdade de ir e vir. O Senhor diz: Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz eu entro.
Deus não arromba. Ele entra educadamente. Infelizmente, o maior problema é que Ele já bateu tantas vezes e muitos não têm dado abertura para Ele entrar. As decisões são tomadas no calor da emoção, arruinando dessa forma a vida.
Perdem bênçãos.
Jogam-nas fora.
Deus não vai amarrá-lo ao pé de uma mesa para impedi-lo de fazer uma besteira com a própria vi- da. Ele nos deu inteligência, capacidade de entendimento, fala ao nosso coração e cabe a cada um de nós dar ouvidos a Ele ou não.
Goste você ou não, o que você está vivendo hoje é o resultado de todas as escolhas que fez ao longo de sua vida.
E se continuar nessa mesma linha, já sabe o que viverá amanhã.
Noemi estava revoltada com todas as perdas e res- ponsabilizando Deus, mas a culpa de todo aquele so-frimento não era de Deus, era das escolhas de Elimeeque e dela.
A maioria das pessoas sabe o que deve fazer, mas, normalmente são guiadas por pensamentos e por sentimentos que não convém.
O que sabemos é mais importante do que o que pensamos e sentimos. E o que sabemos deveria anular o que pensamos e sentimos.
Nem sempre você terá vontade de fazer o que é certo, mas deve fazê-lo; Deve ter consciência que é sábio e prudente ir pelo que sabe que é certo e não pelo que pensa ou sente, pois a Bíblia diz que nada é mais enganoso que o coração, sendo assim, não seja guiado por emoções, vá pela razão.
É muito forte quando ouço Sadraque, Mesaque e Abede-Nego dizerem a Nabucodonosor: Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e Ele nos livrará das tuas mãos. Mas, se Ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto a teus deu-ses e nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste
erguer (Daniel 3.18).
Eles sabiam o que deve-riam fazer e não cederam a nenhuma emoção negativa.
Mesmo sob ameaça de morte não fugiram da situação. Não cederam à conveniência e encararam o problema com muita determinação.
Foram imensamente abençoados por Deus.
Primeiramente sempre vem a ameaça e, infelizmente, para muitos, após ela, a prostração.
Deus não quer você fu-gindo nem se prostrando. Deus o quer encarando a situação, depositando a sua confiança n’Ele com total convicção que Ele não o desamparará.
O Senhor Deus não desamparou Boaz, não de-samparou Sadraque, Mesaque e AbedeNego. Não desamparou a tantos ou-tros que permaneceram na prática da fé viva no Seu poder.
Enquanto foi convenien-te para Elimeleque ficar em Israel, ele ficou. E é assim, infelizmente, que a- contece com muita gente, só busca a Deus enquanto é conveniente. Caso as coisas não aconteçam na hora e da forma que espera,
simplesmente vira as costas para o Senhor.
Acredito que Elimeleque é um bom exemplo a não ser seguido. Se quisermos ser abençoados e vivermos as Promessas de Deus é fundamental, diante das pressões, das ameaças, de tudo que parece contrário, que sejamos capazes de resistir sem retrocessos e prostrações. Mais cedo ou mais tarde, sempre seremos pressionados a tomar alguma decisão. Esteja sempre alerta para você não agir embasado no que você vê ou sente.
Confie no cuidado que Deus tem para os que confiam n’Ele.
Lembre-se: fugir nunca será a melhor solução e prostrar-se, jamais! Mantenha isto em sua mente. Curvar-se, prostrar-se ou render-se, nunca deverá ser aceito como solução. E temos que, acima de tudo, servir a Deus, porque mui- tos O adoram, elogiam, mas quando estão diante de uma impossibilidade, retrocedem.
Sendo realmente servos e andando em espírito, permaneceremos n’Ele em qualquer situação, seja ela de paz ou guerra, sorrindo ou chorando.
Não busque a Deus somente pelo que Ele pode fazer.
Aprenda a amá-l’O de todo o coração. Dê-se de verdade a
Ele. Não pratique fé conveniente, mas sim, a fé viva e perseverante. Não fuja jamais, prostre-se diante de Deus e O ame sem conveniências.
Deus o abençoe imensamente.
Amém
Bispa Cléo Ribeiro Rossafa
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