Jesus te ama!

"Entrgue teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará" Salmos 37.5

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Aprendendo com os erros do filho pródigo




Lc 15.11-32

"Aquilo que os filhos não aprendem em casa, a vida se encarrega de ensiná-los, e quase sempre de forma dolorosa".

Quais seriam os conselhos de um filho restaurado

que saiu de casa e perdeu tudo?

É sempre melhor aprender com os erros dos outros do que errar para aprender. Até aqui, aprendemos muito com as virtudes do pai. Agora, vamos extrair algumas lições dos erros cometidos pelo "filho pródigo". Se pudéssemos perguntar para esse filho, depois da sua dolorosa experiência: "Quais os conselhos que você daria para não passarmos por tudo o que você passou e nem sofrermos tudo o que você sofreu?" Certamente, ele nos conselhos imprescindíveis.

Primeiro - Cuidado com as suas decisões em tempo de crise

Para se tomar decisões relevantes na vida, o pior momento é quando estamos vivendo em tempo de crise.

Como disse no início, a crise pode tanto ser uma grande oportunidade de crescimento, como pode ser um tempo muito perigoso onde podemos nos perder. Eu experimentei um momento de grande crise na minha vida, provocada pela perda do meu pai, que morreu num acidente de automóvel, numa rodovia na cidade de Vinhedo, no Estado de São Paulo. Eu tinha apenas dezoito anos de idade, e ele estava com cinqüenta e um anos. Foi o fato que mais marcou-me em toda a minha vida.

Assim que fiquei sabendo do ocorrido, a única coisa que eu me perguntava, era: "Como será a nossa vida daqui para frente?" Foi nesse tempo que eu ouvi de um pastor, que é muito amigo: "Josué, não toma nenhuma decisão, não venda, não troque, não compre, não negocie, não mude, não decida nada neste momento. Espere o coração se acalmar, não tenha pressa, pois este não é o melhor momento para você e sua família tomarem decisões importantes".

O sábio Salomão escreveu: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (Ec 3.1).

Lembre-se: as suas decisões afetam aqueles que caminham, viajam e convivem com você.

Com freqüência, eu ouço pessoas dizendo: "Ninguém tem nada a ver com a minha vida. Eu sou dono do meu destino". Não existe forma de tomar decisões relevantes sem que outras pessoas sejam beneficiadas ou prejudicadas por nossa causa. Todas as decisões que tomamos têm implicações na vida de outras pessoas. Eva perdeu tudo o que o Senhor havia lhe dado, e mais. Hoje, toda a humanidade sofre por causa de uma decisão errada que ela tomou (Gn 3).

Por causa de uma outra decisão errada, Jonas, apesar de ser um profeta do Senhor, fez com que todos os que estavam no mesmo barco que ele sofressem as conseqüências do seu erro (Jn 1). Sansão, apesar de ser um escolhido do Senhor, tomou uma decisão tão errada, que fez com que perdesse a presença de Deus na sua vida (Jz 16). Judas Iscariotes tomou duas decisões erradas: a primeira foi a de trair Jesus; a segunda foi porque, não suportando a dor do remorso, acabou optando por tirar a sua própria vida (Mt 27.5).

É provável que muitos dos meus leitores estejam prestes a tomar uma decisão ainda hoje, ou na próxima semana, ou no próximo mês.



Algumas sugestões que podem ajudar você na hora de tomar uma decisão importante:

(1) Deus precisa estar no controle das suas decisões. Quando você ora: "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade..." (Mt 6.10), é o mesmo que dizer: "Senhor, toma o controle da minha vida, dirige todos os meus passos, guia-me por caminhos seguros, não deixe que os meus pés vacilem". Tudo o que começa com Deus, termina debaixo da Sua bênção. Bem-aventuradas são as pessoas que procuram envolver Deus em tudo o que fazem. Ele conhece o passado, o presente e o futuro. Ninguém melhor do que Ele para nos mostrar o que será para o bem das nossas vidas. Infelizmente, muitos buscam o Senhor quando já tomaram suas decisões por conta própria e, por isso, estão sofrendo as conseqüências do seu erro. Antes de tomar qualquer decisão relevante na sua vida, busque a orientação do Senhor.

(2) Quando a decisão é relevante, demore um pouco mais, "durma" sobre a questão, ore mais um pouco. Decisões bem tomadas são aquelas que decidimos com calma, sem nos precipitar. "Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor" (Sl 40.1). Quase sempre, as piores decisões são aquelas tomadas de forma precipitada. Lembro-me que um jovem veio à minha casa pedir minha filha em namoro. Conversamos um pouco, percebi que ele era um bom rapaz e que daria um bom marido. Porém, eu perguntei aos dois: "Vocês estão dispostos a orar comigo durante trinta dias, antes de tomar a decisão final?"

A espera também é também uma prova do amor; quem não sabe esperar, ainda não aprendeu a amar. Decisões importantes requerem paciência para tomá-las. O jovem e a minha filha aceitaram o tempo de espera, e eu considerei esse um ponto muito positivo. Começaram bem.



(3) Tenha conselheiros com os quais você possa se orientar. "Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança" (Pv 11.14). Com certeza, o "filho pródigo" não tinha conselheiros com os quais ele buscava orientação para tomar decisões importantes. Um conselho pode nos livrar dos caminhos da morte. Veja o valor dos conselhos das pessoas sábias.

Conta-se que um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia, o marido fez a seguinte proposta à esposa: "Querida, eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e, enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você".

Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até encontrar um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar. Foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito. O pacto seria o seguinte: "Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e, quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o senhor o coloque na poupança, até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair, o senhor me dá o dinheiro, e eu sigo o meu caminho". Tudo combinado. Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso.

Depois de vinte anos, chegou para o patrão e disse: "Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa".

O patrão então respondeu-lhe: "Tudo bem. Afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo. Só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora, ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro, e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro, eu não lhe dou os conselhos, e se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta".

Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe: "Quero os três conselhos". O patrão novamente frisou: "Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro". E o empregado respondeu: "Quero os conselhos". Disse, então, o patrão:

1) Nunca tome atalhos, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida;

2) Nunca seja curioso para aquilo que é do mal, pois a curiosidade para o mal pode ser fatal;

3) Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim: "Aqui você tem três pães: dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar à sua casa".

O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou: "Para onde você vai?" Ele respondeu-lhe: "Vou para um lugar muito distante, que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada". O andarilho disse-lhe, então: "Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é muito melhor. Você chega em poucos dias." O rapaz, contente, começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois, soube que o atalho levava a uma emboscada.

Depois de algum tempo de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se. Pagou a diária e, após tomar um banho, deitou-se para dormir. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem perguntou-lhe se ele não havia ouvido um grito; e ele disse que sim, que tinha ouvido. O hospedeiro disse: "E você não ficou curioso?" Ele disse que não. Daí, o hospedeiro respondeu: "Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura; grita durante a noite e, quando o hóspede sai, mata e o enterra no quintal."

O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar à sua casa.

Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha, entre as pernas, um homem, a quem estava acariciando os cabelos. Quando viu aquela cena, seu coração encheu-se de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e matá-los, sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e, no dia seguinte, tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele refletiu: "Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele aceite-me de volta. Só que, antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre fui fiel a ela."

Dirigiu-se à porta da casa, e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com lágrimas nos olhos, ele lhe diz: "Eu fui fiel a você durante todos esses anos; e você me traiu..."

Ela, espantada, responde-lhe: "Como? Eu nunca o traí. Esperei durante esses vinte anos!" Ele então perguntou-lhe: "E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?" E ela lhe disse: "Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje, ele está com vinte anos de idade."

Então o marido entrou, conheceu e abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão. Após a oração de agradecimento, com lágrimas de emoção, ele parte o pão e, ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro: o pagamento por seus vinte anos de dedicação e trabalho!

Muitas vezes, achamos que o atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade. Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito, e que nada de bom nos acrescentará. Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois.

Espero que você, assim como eu, não se esqueça desses três conselhos e não se esqueça também de confiar, mesmo que a vida muitas vezes já tenha lhe dado motivos para a desconfiança.

Veja o valor de três conselhos que livraram o homem da morte. Um dos livros que mais leio na Bíblia é o de Provérbios: "O livro dos Conselhos". Qualquer pessoa que deseja viver a vida com prudência e sabedoria deve ler o Livro de Provérbios todos os dias. Nele, está escrito: "O tolo sempre acha que a sua opinião é a única certa, mas os sábios ouvem os conselhos com atenção" (Pv 12.15).

(4) Converse com pessoas experientes, que sabem mais do que você, ouça o que elas têm a dizer. Apesar de ser um grande líder, houve um tempo em que Moisés precisou de alguém que o aconselhasse. "Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde? Então disse Moisés a seu sogro: É porque este povo vem a mim, para consultar a Deus; quando tem algum negócio vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis. O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é muito difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, e Deus será contigo: Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as causas a Deus; e declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez; para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo em paz irá ao seu lugar. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto tinha dito; e escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez" (Ex 18.14-24; grifo do autor).

A forma com que o "filho pródigo" tomou sua decisão deixou claro que ele não julgava importante buscar conselhos antes de tomar uma decisão.

(5) Pese os prós e os contras. Em todas as decisões importantes, existem perdas e ganhos, coisas positivas e negativas, a favor e contra. Pegue uma folha, faça duas colunas; em uma, coloque todos os aspectos positivos, na outra, todos os negativos. Isso lhe dará uma visão mais ampla de tudo o que está envolvido na decisão que será tomada. Peça para uma pessoa de confiança ajudar-lhe a preencher essas colunas. Quem está fora da questão tem uma visão melhor das coisas. Se a coluna dos aspectos negativos for maior do que a dos positivos, esse é um sinal de que não vale a pena investir nesse projeto, nessa escolha, nessa decisão, nessa mudança, nessa viagem, nesse negócio, neste relacionamento, enfim, no que está sendo colocado "em jogo".

(6) Faça todas as contas possíveis. Jesus construiu uma parábola que nos ajuda a entender a importância da prudência em nossas decisões: "Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?" (Lc 14.28). Dependendo do que está em jogo, deve-se gastar tempo fazendo contas.

(7) Se é uma ida sem volta, não tenha medo de pedir mais um sinal para Deus quanto à Sua vontade. Gideão, ao ser convocado para uma grande tarefa, antes de dizer "sim", pediu dois sinais a Deus: "E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste, eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar seca, então conhecerei que hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste. E assim sucedeu; porque no outro dia se levantou de madrugada, e apertou o velo; e do orvalho que espremeu do velo, encheu uma taça de água. E disse Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com o velo; rogo-te que só o velo fique seco, e em toda a terra haja o orvalho. E Deus assim fez naquela noite; pois só o velo ficou seco, e sobre toda a terra havia orvalho" (Jz 6.36-40).

Deus não ficou, e não fica zangado, quando você demonstra preocupação em não querer decidir apenas por empolgação. Observe que era Deus quem falava com Gideão, mas mesmo assim ele buscou confirmação. O sucesso da sua missão estava no fato dele lutar com a certeza de estar no centro da vontade de Deus.

(8) Tenha um ou mais parceiros de oração. Um dos segredos do sucesso do jovem Daniel, na Babilônia, é que ele tinha parceiros de oração: "E Daniel entrou; e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que lhe pudesse dar a interpretação. Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Ananias, Misael e Azarias, seus companheiros; para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios da Babilônia. Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu" (Dn 2.16-29). A oração é o meio através do qual Deus revela-nos a Sua vontade soberana. A oração nos torna sensíveis para ouvir a voz de Deus nos orientando. A oração nos coloca no caminho que Deus quer que trilhemos. É através da oração que Deus nos dá sabedoria para tomar decisões acertadas. Você tem um ou mais parceiros de oração, com os quais você pode confiar? Se a sua resposta é "não", comece a orar para que Deus lhe dê parceiros de oração. Isso vai fazer toda a diferença na sua vida.

Algumas perguntas importantes que você deve fazer para si mesmo, antes de tomar uma decisão:

· O que estou para fazer é coerente com os Dez Mandamentos?

· Minha atitude aprofundará meu relacionamento com Deus?

· O que estou decidindo fazer vai contribuir para a obra do Reino de Deus?

· Essa minha decisão vai glorificar a Deus?

· Há base bíblica para esse meu desejo?

· Quando penso na decisão que vou tomar, há paz em meu coração?

· Essa decisão resultará em crescimento em muitas áreas?

· Ao tomar essa decisão, qual o sentimento que vou gerar no coração das pessoas que mais amo?

Lembre-se, a sua vida é o resultado das escolhas que você faz. A cada decisão que tomamos, revelamos muito do nosso caráter e de como será o legado que estamos deixando para os que vierem depois.

Um dia, quando eu estava lendo o capítulo três do evangelho segundo Marcos, ao chegar no versículo dezenove, onde lemos: "E a Judas Iscariotes, o traidor", o Espírito Santo me fez uma pergunta muito séria: "Josué, como você quer ser lembrado amanhã?"

Judas Iscariotes errou na sua decisão, e hoje o seu nome é sinônimo de "traição". Caro(a) leitor(a), como você quer ser lembrado(a) amanhã?

A Bíblia diz algo tremendo sobre Moisés, com relação a uma decisão acertada que ele tomou e que fez toda a diferença em sua vida: "Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa". (Hb 11.24-26 - grifo do autor). Lembre-se, suas escolhas determinarão como você será lembrado amanhã!

Segundo: SAIBA SAIR...

O "filho pródigo" diria: "Eu não errei em sair de casa. Todo filho um dia tem que sair, pois só o casamento é permanente, os filhos são temporários". Ele deve ter agido dessa forma, pois, de fato, muitos não erram em sair de uma igreja para outra, de uma empresa para outra, de uma sociedade em algum negócio, de um noivado, de um namoro... Onde, então, ele falhou?

(1) Ele saiu no tempo errado. Quando o texto diz que ele era o filho "mais novo" (Lc 15.12), isso nos remete à imaturidade, à juventude e à falta de experiência de vida. Ou seja, muito provavelmente ele era um jovem que ainda não estava pronto para sair de casa. Essa tem sido a causa do fracasso de muitas pessoas que estão largando o lar antes do tempo; estão se precipitando. Às vezes, estão fazendo o certo, mas na hora errada. O próprio Jesus, no exercício do Seu ministério, levou muito a sério o tempo certo para tomar cada uma das suas decisões. Um dia, quando Ele estava participando de uma festa de casamento, sua mãe, preocupada porque o vinho, como elemento principal da festa, havia acabado, intercede pelos noivos dizendo ao filho: "Eles não têm mais vinho"; a resposta de Jesus foi: "... Ainda não é chegada a minha hora" (Jo 2.3,4). Quando o Senhor está na direção de tudo em nossas vidas, não há precipitação.



(2) Ele saiu da forma errada. Ele exigiu a herança antes da morte do pai, e partiu para uma terra distante. Lá, desperdiçou seu dinheiro, vivendo de forma dissoluta (Lc 15.13,14). Quem não sabe a hora de sair, corre o risco de nunca mais voltar; ou, quando voltar, não encontrar mais aquele a quem feriu profundamente. Quando o "filho pródigo" caiu em si, ele reconheceu que havia pecado contra o pai e também contra Deus: "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti" (Lc 15.18; grifo do autor). Se com o "filho pródigo" aprendemos como não se deve sair, com a jovem Rebeca aprendemos a forma correta de sair. O segredo é: sair levando consigo a bênção do Senhor.

Se você entende que chegou o tempo de sair de casa, da igreja em que você congrega, da empresa em que trabalha, de uma sociedade de muito tempo, de um namoro ou de um noivado, aqui vai um conselho: nunca saia pela janela, de madrugada, como se fosse um(a) "adolescente apaixonado(a)" fugindo com o namorado(a), deixando para trás um rastro de decepção e vergonha.

No livro de Gênesis, capítulo 24, há um exemplo interessante de como se deve sair de casa. Abraão dá ao seu servo de confiança a missão de ir em busca de uma esposa para o seu filho, Isaque. O servo prepara dez camelos, e sai. Ao chegar à beira de uma fonte onde as moças iam buscar água, ele faz uma oração dizendo: "Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me hoje bom encontro, e faze beneficência ao meu senhor, Abraão! Eis que eu estou em pé junto à fonte de água e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água; seja, pois, que a donzela, a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: bebe, e também darei de beber aos teus camelos; esta seja a quem designaste ao teu servo, Isaque, e que eu conheça nisso que usaste de benevolência com meu senhor" (Gn 24.12-14; grifo do autor). Em seguida, ele se depara com Rebeca, e tudo acontece do jeito que ele orou a Deus. Ele pede água à Rebeca, ela o serve e depois serve a todos os seus camelos (vs. 6-22). Logo após, vendo que o Senhor confirmou que ela era a futura esposa de Isaque, pede para se hospedar em sua casa (v.23). Ela prontamente o recebe com toda a sua família (vs. 27-33). No dia seguinte, logo pela manhã, perguntaram para Rebeca se ela queria ir com o servo de Abraão para ser esposa de Isaque. Ela aceitou (vs. 57,58). Chegou o momento dela sair de casa, e a forma como ela sai é um exemplo para todos nós.



"E chamaram a Rebeca, e disseram-lhe: "Irás tu com este homem?" Ela respondeu: "Irei". Então despediram a Rebeca, sua irmã, e sua ama, e o servo de Abraão, e seus homens. E abençoaram a Rebeca, e disseram-lhe: "Nossa irmã, sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua descendência possua a porta de seus aborrecedores!

E Rebeca se levantou com as suas moças, e subiram sobre os camelos, e seguiram o homem; e tomou aquele servo a Rebeca, e partiu" (Gn 24.58-61; grifo do autor).



Observe que, primeiro, o servo ora pedindo que Deus seja o senhor na decisão que será tomada. Segundo, apesar da vontade de Deus estar confirmada pelo sinal pedido, todos respeitam o direito da moça de fazer a sua escolha: "Irás tu com este homem?". E ela responde: "Irei". E, em terceiro lugar, eles então abençoam Rebeca. Ela saiu com a bênção de Deus, ministrada pela sua família! Leia a história de Rebeca e veja como ela foi um instrumento de Deus ao lado de Isaque para o cumprimento de um propósito grandioso na história do povo de Israel. Todos que saem assim se tornam canal de bênção onde quer que cheguem.



Terceiro: Cuidado para só reconhecer o valor da família quando você estiver no pior lugar que uma pessoa pode estar. (entre os porcos.)

"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida". (Platão)

O "filho pródigo", diria eu, só se lembrou do quanto o seu pai, a sua família e a sua casa eram importantes quando estava no pior lugar que um filho de fazendeiro (principalmente judeu), que conhece os piores e melhores lugares de uma propriedade rural, poderia estar: entre os porcos. Foi ali que, num momento de lucidez, ele se perguntou: "Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros" (Lc 15.17-19).

Infelizmente, muitos só vão dar conta do valor da sua família, dos seus pais, enfim, de tudo que deixaram em casa, quando estiverem no pior lugar, acompanhados pelos indesejáveis "porcos", experimentando a dor do desprezo e da vergonha.

Há uma outra parábola que Jesus construiu, onde o homem lembrou da família, e até orou, porém, tarde demais:

"E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.

E, no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio.

E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a minha língua, porque estou atormentado nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu, atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento" (Lc 16.22-28; grifo do autor).

Quantas pessoas só vão lembrar do quanto a família era importante quando estiverem no inferno. Para o "filho pródigo", houve tempo, ele voltou, encontrou seu pai vivo, houve reconciliação, restituição e celebração. Mas nem todos têm a mesma "sorte". O tempo de dar o devido valor aos pais, aos filhos, ao cônjuge, ao casamento e à família é hoje. Pare um pouco e reflita sobre isso...



Algumas perguntas para reflexão:

· Que valor você tem dado aos seus pais, ao cônjuge, aos filhos, aos seus irmãos?

· Se o amor é medido pelo tempo que se investe em quem se ama, qual é a dimensão e a intensidade do seu amor?

· Você é uma pessoa que leva muito a sério o sentimento "gratidão"? Procure ser sempre grato.

· Qual é o testemunho da sua família a seu respeito?

· O que você tem semeado hoje lhe garante uma grande colheita de coisas boas amanhã?

· Como você tem administrado aquilo que o Senhor lhe deu?



(4) O Caminho de Volta. Nunca é tarde...

"Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei..." (Lc 15.18). Sempre que alguém toma uma decisão errada, além de se perder e, muitas vezes, perder tudo o que se tem, o sentimento de vergonha torna-se o gigante difícil de ser vencido para se tomar o caminho de volta. No caso do "filho pródigo", ele saiu com um terço de toda a herança que o pai havia lhe dado, mas teria que voltar sem nada, porque havia desperdiçado tudo, e de forma irresponsável. Ele também saiu deixando para trás o coração do seu velho pai ferido, e não sabia como iria encontrá-lo. Ele saiu autoconfiante e "cheio de si", mas agora teria que voltar cabisbaixo, reconhecendo que, diante do erro cometido, não era digno de ser recebido nem como filho.

4.1. O caminho de volta é sempre um caminho de aprendizagem. O tempo que o "filho pródigo" levou saindo do lugar da vergonha até chegar ao lugar da honra foi um período de aprendizagem. Ele estava deixando um lugar onde ele nunca deveria ter estado e voltando para onde ele nunca deveria ter saído. As nossas decisões equivocadas nos ensinam que aquilo que não aprendemos em casa, com os pais, a vida acabam nos ensinando de forma dolorosa, longe deles. Aprendemos, também, com o "filho pródigo" que precisamos dar mais valor àquilo que custou "o preço do suor" de outras pessoas. Ele não soube administrar aquilo que não lhe custou nada. Esse tem sido o grande erro de muitos filhos que herdam fortunas de seus pais.

4.2. O caminho de volta é sempre um caminho de reconhecimento. Voltar é reconhecer o valor da família, de um pai amoroso, gracioso, longânimo, perdoador e partilhador. Voltar é reconhecer os prejuízos de uma escolha errada e as possibilidades de uma decisão acertada. Voltar é reconhecer que qualquer projeto de vida construído com base em atitudes de rebeldia não prospera. Voltar é reconhecer que o melhor lugar do mundo ainda é perto de Deus e da família.

4.3. O caminho de volta é sempre um caminho de libertação do orgulho. Quem vence o orgulho destrói uma fortaleza do mal que existe dentro de si mesmo. Não é por acaso que a Bíblia diz: "Deus resiste aos soberbos..." (Tg 4.6). O filho mais santo, se for dominado pelo sentimento de orgulho, pode se transformar em um "diabo" para os pais, para a família. Se for casado, pode se transformar num tormento para o cônjuge. O orgulho deforma as pessoas, desumaniza o homem e provoca a ira de Deus. Quando Jesus ensinou o Sermão da Montanha, Ele começou dizendo: "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5.3; grifo do autor). Não é por acaso que a Bíblia é rica em advertência quanto ao orgulho. Está escrito:

"Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas, com os humildes está a sabedoria" (Pv 11.2).

"A soberba precede à ruína, e a altivez de espírit,o a queda" (Pv 16.18).

"Olhar altivo e coração orgulhoso, lâmpadas dos perversos, são pecado" (Pv 21.4).

"... porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo" (1 Jo 2.16).

"Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos..." (Pv 6.16,17a).



Todos que decidem voltar para reconciliar, reparar, reconstruir e pedir perdão venceram o orgulho e deram o passo decisivo para serem abraçados graciosamente por Deus. Lembre-se, o Deus que abate o soberbo, também é Aquele que abraça, levanta, perdoa, socorre, cura, liberta e salva os humildes. A Bíblia diz que a humildade precede a honra (Pv 18.12). Cada passo que o "filho pródigo" dava em direção ao lugar de onde ele saiu (a casa do pai), ele deixava vazar do seu coração o "caldo venenoso do orgulho". Ele foi se esvaziando de si para reencontrar-se com aquele a quem ele havia entristecido. O caminho de volta sempre será o caminho daqueles que, diante da grandeza, santidade e suficiência de Deus, reconheceram seus pecados, fracassos, imperfeições e debilidades.

4.4. O caminho de volta sempre será o caminho da superação. O desafio, para qualquer pessoa que comete um erro nas escolhas que faz, é superar a si mesma diante de tantas vozes contrárias que surgem para fazer com que ela desista dos seus sonhos, projetos, ideais e até da própria vida. O diabo é mestre em iludir, enganar, armar seus laços, e, depois que o homem cai na armadilha, e desce até o último degrau da escada, ele cria uma atmosfera, envolvendo-o num túnel escuro, sem fim, cheio de pensamentos autodestrutivos. É como se algumas vozes por dentro dissessem: "Para você, não tem mais jeito. Acabou, este é o seu fim. Você nunca mais vai conseguir encarar seu irmão, seu cônjuge, seu pai, sua família, seus amigos". Superar essas vozes só é possível através da compreensão da graça, do amor, da misericórdia e do perdão de Deus. Voltar é superar a si mesmo, encontrando força na graça - imerecida.

Na vida, muitos caem, mas só os verdadeiramente grandes se levantam.



Decisão errada...

Cansei da minha casa.

Ficar já não fazia sentido.

Tudo me perturbava.

Até mesmo aquele que todos os dias me abençoava.



Flechei seu coração.

Roubei sua alegria.

Peguei o que era meu.

Fui embora, não dei explicação.



Decisão acertada

Um dia acordei.

Acordei para a vida

Então disse para mim mesmo:

Chega de descer, sofrer e perder...



Cheio de vergonha e medo,

Tomei o caminho de volta

O que vai acontecer? Não sei.

O que vão dizer? Não importa.

O que eu preciso, é começar a vencer!!!



Vencer a vergonha,

Vencer o medo,

Vencer o pessimismo,

Vencer os que não querem me ver livre,

Vencer o meu "eu" que está enfermo.

Acertei na escolha, voltei,

Já estou na minha casa,

Hoje eu sei o custo

de uma decisão errada!

Antes de decidir, pense um pouco mais!

por Josué Gonçalves

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